"Quanto a seus filhos, eles são herança do Senhor." (Salmo 127:3)
Respeito, mas jamais compreenderei pessoas que podendo ter filhos, preferem não os ter.
Nos filhos a vida se refaz...se ressignifica...se reveste de novo embelezamento.
Aquele choro, aquele olhar, aquele sorriso, aquele sono gostoso... tudo neles nos ensina a felicidade e a paz de espírito.
No exercício da maternidade/paternidade é quando mais nos assemelhamos a Deus, pois os pequenos nos inspiram amor e cuidado, renúncias e coragens que não nos supúnhamos capazes.
Sua fragilidade nos revela a força que ocultávamos...
Seus desejos, necessidades, manias e birras, esculpem em nós a paciência que a vida, até então, falhou em conseguir.
Ah, meus doces e meigos filhos, visita oportuna de Deus...
Depois de atravessar um mar em tormenta onde sonhos sucumbiram, encontrei enfim a calmaria...
Foram noites de terror, dias infindáveis de uma existência angustiada...de questionamentos sobre o por que ser ao invés de não.
Foi também num tempo assim, de mar revolto, de ondas tsunâmicas a nos desesperar, de ausência de respostas, que Ele veio ao nosso encontro...e o fez em forma de criança.
Como um grande pássaro descortinou os céus e sob suas asas nos trouxe a liberdade.
Permitiu-se aninhar nos braços da pecadora agraciada e pisou o chão que nos formou.
Tudo isso me vem à mente em devaneios, meditações e nostalgias, enquanto tomo no colo esse mistério que me umedece os olhos.
Obrigado Deus, pelos filhos que me deste...
Por me visitares em cada um deles.
Marcelo de Paula / egm