terça-feira, 10 de julho de 2012

Confiança


"Em ti confiarão os que conhecem o teu nome; porque tu, SENHOR, 
nunca desamparaste os que te buscam".  (Salmos 9:10)




É triste constatar, mas vivemos dias de extrema desconfiança. As relações entre pessoas que deveria ser a expressão humana da eterna comunhão da Trindade, converteu-se na dúvida que nos leva a desconfiar quase que instintivamente das intenções do outro.

A desconfiança se faz presente em toda parte onde há vestígio de homem.

A beleza e glória do Criador dissipou-se das faces, enfeiando-as e fazendo-as irreconhecíveis mutuamente.

Isso me faz pensar que vivemos uma espécie de esgotamento da credibilidade.

Chegamos ao extremo de perder a confiança em Deus e ainda assim, ou quem sabe por isso, nos julgarmos inteligentes.

Em tempos onde as relações são marcadas pela desconfiança, precisamos redescobrir urgentemente a capacidade não só de confiar, mas de nos fazermos confiáveis.

É necessário olhar mais nos olhos das pessoas, ouvi-las desprovidos de preconceitos...desejar sinceramente saber o enredo de suas vidas...abraça-las sem sentir-se ridículo.

Mas como resgatar algo que se perdeu se não estivermos dispostos a fazer o caminho de volta para encontrá-lo? Isso se refere a tudo, amor, esperança, alegria,  fé, confiança...

Em se tratando de confiança, leva um tempo considerável para construí-la e um tempo maior ainda para reconstruí-la.

De uma coisa eu sei, viver sem poder confiar é viver com medo.

No verso que abre esse devaneio, sugerido por minha fiel amiga Leopoldina Caceres,o salmista fala em conhecimento de Deus.

Sua tese é que a confiança se constrói pelo conhecimento.
Por outro lado, não se conhece sem proximidade. Alguém já disse com muita sabedoria que não se conhece uma pessoa até ter comido um quilo de sal com ela, no que concordo plenamente.

Confiança é algo muito sublime para se ter em qualquer um.

Não adianta proclamar aos quatro ventos que se confia em Deus se não andar com Ele.

No caminho de volta na procura da confiança que se perdeu, verificaremos que acabamos por coisificar as pessoas. Tornamo-las invisíveis desde o momento em que nos dispusemos ao canto da sereia,ou melhor, da serpente, de que somos melhores que o outro.

Ah, se déssemos ouvido aos dois grandes mandamento, nos quais se resumem toda a lei e os profetas, "amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a si mesmo", jamais viveríamos desconfiados e por isso mesmo, inseguros e infelizes.

O fato é que perdemos a proximidade com Deus e por consequência com os semelhantes, mas aos que se propuserem a buscá-lo e conhecê-lo cada vez mais, experimentarão uma nova dimensão em suas relações...

A confiança será retomada, a segurança, a paz e..
...a alegria de viver.


Marcello di Paola


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