"Tudo fez Deus formoso em seu devido tempo, também pôs a eternidade no coração do homem..." (Eclesiastes 3:11)
Há uma grande contradição na condição humana...
Seu anseio pelo infinito e a realidade de sua finitude.
Há algo que não cabe dentro de nós, algo que não conseguimos nomear, mas que sentimos...
Uma espécie de sede insaciada ...
de fome não matada...
de amor não vivido...
de sacrifício não aceito...
de oração não atendida...
Um tipo de vazio que nos fustiga a alma de incertezas...
Uma sensação incômoda de que a vida é mais do que se tem vivido.
O fato é que a condição humana nos impede de sermos plenamente felizes.
O que muitos chamam de felicidade eu chamo de torpor, aquela espécie de felicidade que não nos permite
pensar serenamente sobre nossa finitude.
Mas, por mais que tudo nos vá bem, nos falta a certeza...
A certeza do amanhã.
Amanhã, como será?
Não importa, dirão alguns...viva o hoje, intensamente.
Mas viver o hoje intensamente implica em fechar os olhos para realidades outras.
Por mais que não lembremos, somos uma irmandade terrena.
Viver é um exercício difícil para quem não é egoísta.
Se a lágrima do outro já não não me comove...se só sou capaz de chorar pelos meus mortos, preciso
desesperadamente de um toque divino.
Tenho certeza que Deus nos pensou infinitos.
A morte é uma invenção humana.
É certo que fomos feitos para ser felizes, para descansar em Deus em meio às incertezas do amanhã, porém,
no usufruto de nosso livre arbítrio, optamos por nos desvencilhar do Criador.
Na ânsia de sermos como Deus cavamos nosso abismo existencial e nos perdemos de nós mesmos.
Na ausência de Deus não há certeza de nada e a esperança, moribunda, desfalece.
Mas, se Deus pôs a eternidade no coração do homem, segundo o Pregador, nosso anseio pelo infinito vai
de encontro ao projeto divino.
Assim, nossa incompletude se finda no reencontro com o Mestre, e, por mais incerto que o futuro se nos
apresente, podemos descansar na certeza de que...
apresente, podemos descansar na certeza de que...
Se ELE vive, podemos crer no amanhã.
Marcello di Paola
Dedico este devaneio à minha querida amiga Luandrade
Eu passaria horas, se tivesse tempo, lendo suas palavras. Uma leitura muito gostosa, edificante, simples e vai no fundo da alma.
ResponderExcluirVc esteve no meu blog, obrigada pela visita.
Cris, mãe do Reizinho
Cris, querida...é uma honra estar no seu blog e tb poder conhecer o Reizinho. Meu filho de 1,9 anos se chama Lorenzo. Me edificou muito seu blog e me deu muita força. Vc é uma escolhida de Deus....Obrigado por seu carinho em comentar aqui em Devaneios...quando der, venha....serás sempre muito bem vinda...um beijo meu no Reizinho e outro pra vc....
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