sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Deitar e dormir...

"Em paz me deito e logo pego no sono, por que só tu, Senhor, me fazes repousar seguro". (Salmo 4:8)


Deitar e dormir é tudo o que muitos estão precisando. O que foi concebido para ser algo natural, em muitos casos consegue se tão somente à base de pílulas tranquilizantes. Mas o que foi que aconteceu? Nos cercamos de cuidados e percebemos que todo o cuidado não é suficiente. O controle da vida e das circunstâncias nos vaza escorregadio pelos vãos dos dedos. Nos intimidamos ao perceber o tamanho de nossa insignificância. Cerrar os olhos torna-se então a experiência dos loucos que, vencidos pelo sono, sucumbem vulneráveis.
Não foi assim com o monarca Saul? Flertou com a morte ao dormecer na caverna e,  por muito pouco, esta não lhe serviu de túmulo. No entanto, foi alvo da misericórdia do poeta a quem perseguia, que noutros tempos dedilhava docemente a harpa que lhe exorcizava a insônia. Este mesmo poeta salmodiou à posteridade que para se pegar no sono, deve se deitar em paz. É condição sine qua nom. Mas o que fazemos? Deitamos com problemas e preocupações, angústias sem fim nos atormentam por não termos aprendido a colocar no Senhor a nossa confiança, nem a fazer dEle o nosso porto seguro. De que nos adianta tantas preocupações se o Pregador já  advertiu a séculos que "tudo é vaidade e correr atrás do vento"?
Se em meio às tempestades do cotidiano nosso barco parece frágil, lembremos que maior que o barco é quem está nele.
"Só tu, Senhor, nos fazes repousar seguro", ensinou o músico, o poeta, o salmista, o homem segundo o coração de Deus. Diante disso, só nos resta deitar, orar, apagar a luz, relaxar,  ...
...e dormir.

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