Uma biografia de sucesso... quem não deseja ter uma?
"Mais vale o bom nome que as muitas riquezas", diz um provérbio bíblico.
O ser humano não foi feito para o anonimato. Ainda que muitos se escondam, escolhem esconderijos deixando rastros. O reconhecimento é uma necessidade latente.
Gente não é como gotas que aos trilhões de trilhões compõem o mar azul em uma síntese de beleza emoldurada na paisagem. Muito menos como humildes grãos de areia espalhados pelo vento que hora aqui, hora acolá, protagonizam conjuntamente um espetáculo visual aparentemente desordenado. Gente quer destaque, na verdade precisa dele para se sentir gente. De toda a criação de Deus, gente, seguramente é a mais complexa.
A natureza em todas as suas manifestações exalta o seu criativo Criador.
"Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos".
E o homem?
O homem se fecha em suas lamúrias, nos poréns da vida que se interpõe entre sua miséria existencial e a glória que lhe é objeto do desejo.
Não é de hoje que o homem se sonha divino, porém sua sentença é clara:
"És pó e ao pó há de tornar".
Nem todo o ouro que cintila nos sarcófagos faraônicos, nem todas as conquistas do grande Alexandre, nem as vitórias acumuladas do general siro, livraram suas biografias dos poréns que os detiveram de serem alçados ao cume do Olimpo. E é assim que é desde os tempos mais remotos, todos os dias nossa finitude nos é lembrada...
Moisés falou em sua oração: "Pois todos os nossos dias vão passando na tua indignação; acabam-se nossos anos como um conto ligeiro".
O Pregador continuamente adverte que "Tudo é vaidade e correr atrás do vento".
A glória não reside na individualidade, mas no coletivo, na partilha, no descobrimento do outro que nos exercita o espírito.
Os "poréns" da vida que "mancham" nossas biografias, são na verdade pequenos lembretes de que é o Criador quem escreve nossas histórias.
Não fosse a lepra de Naamã, sua serva continuaria lhe sendo invisível, como invisível se tornam todos a nossa volta quando almejamos uma biografia sem "poréns".
Ou aprendemos essa rica lição de bom grado ou continuaremos sendo mergulhados nos rios da nossa estupidez.
Encerro orando, novamente com Moisés:
"Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios." (Salmo 90:12)
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