domingo, 15 de janeiro de 2012

Em algum lugar do Oeste...era uma vez.



"Por que estás abatida ó minha alma"? (Salmo 42:11)

Senhor eu quero viver...

Quero viver a vida como é possível vivê-la...liberto dos grilhões das incertezas, dos medos e das reprovações alheias, da sensação de dever não cumprido...

Quero vivê-la liberto das trincheiras das proibições onde intento me proteger dos anseios do meu coração.

Há em mim uma sede, uma sede incontida, uma sensação de que há mais vida disponível em algum lugar do Oeste...

Quero tocar os céus sem deixar de pisar na terra.

Áhh se eu pudesse me fazer entender...se eu pudesse atingir teu coração para que o meu coração ventilasse...

Se eu pudesse encontrar o que me falta para além das declarações triunfalistas de um evangelho que se divorciou da empatia...

Voar, como queria voar cruzando oceanos e montanhas para encontrar abrigo em teu braços para além das nuvens e adormecer diante de teu sorriso compreensivo.

Não sou o que aprendi que o Senhor espera de mim, mas como tu mesmo disseste: Sou o que sou...

Se pareço ingrato, sou isso mesmo, ingrato, pois quantas vezes corrigistes meu percurso...

Há amor dentro de mim, há paixão, há tempestades e conflitos, mas há também a certeza de que não estou só nessa angústia existencial...

Quantas coisas vivemos juntos ao longo destes quarenta anos que me tens dado...

Já me vi herói e já me vi bandido, mas é chegada a hora de  me ver como tu me vês...

Em meio a tantos dizeres, tantos conceitos, tantas verdades propagadas, concede-me a real experiência contigo...aquela que acalenta a alma e com um dedo molhado me refresque a língua.

Entre eu Ti, há um mundo, há uma história, que hora me significa muito, hora não significa nada, mas mesmo com um coração combalido, olho pra tua cruz e de alguma forma me vejo ali...

Ali morri contigo...estou certo disso....

Mas, Senhor, eu quero viver...

Marcello di Paola

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