domingo, 20 de novembro de 2011

A Grandeza de Deus e a "grandeza" do homem...

E a luz resplandeceu nas trevas , e as trevas não a compreenderam. (Evangelho de S. João 1:5)

Tive ontem a felicidade de conhecer mais um pedacinho do corpo de Cristo. Encravada numa viela da periferia sul paulistana, uma comunidade pequena, jovem, alegre, dinâmica e sedenta de Deus. Num evento denominado "Estação Sábado", foi um esbanjo de boa música, bom humor e genuína adoração. Com todos os limite impostos por um pequeno espaço , conseguiram transformar aquela reunião num santuário cheio da glória de Deus. Já estive em muitos templos suntuosos, mas ontem fui surpreendido pelo Deus da simplicidade, o Deus que se revela nos labirintos esquecidos pelo poder público...lá onde estão as pessoas que precisam ver Deus ao invés de só ouvir dizer. Eu vi Deus ontem na vida daquela comunidade, nas suas formas e expressões..

Num tempo em que muitas igrejas cultivam a tendencia ao megalomaníaco para "surpreender" a Deus, poucos são os que se apresentam na simplicidade de seus corações. Aliás, Deus nunca requereu mais que isso para os que se propõem a encontrá-lo.

O Grande Hamsés, considerado o maior faraó do Egito, para compensar sua aparência pequena e frágil, mandava esculpir sua imagem em grandes colunas por todo o país e evitava aparecer em público. Não obstante toda a grandeza do monarca seu corpo jaz num caixão de vidro climatizado no Museu do Cairo. Temos muitos outros exemplos, Ciro, Alexandre, Nero, Herodes, todos ostentando o título de "Grande" na frente do nome.

O Rei dos reis, no entanto, nasceu numa manjedoura dentro de um estábulo. Se submeteu ao batismo pelas mãos de um homem de aparência nada chamativa, que se vestia de pele de animais e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. Jesus, não raro, era visto com os pobres, mulheres e endemoninhados, enfermos, além dos homens odiados, funcionários do império.

Jesus se revelou uma contradição para o seu tempo e permanece uma contradição até os dias de hoje. As teologias modernas o tentam moldar para adequá-lo a um cristianismo menos indigesto.

Jesus, no entanto, em reuniões como a que presenciei ontem, se mostra o mesmo Jesus de sempre. Aquele que não se deixa impressionar pela ostentação humana, aquele que mesmo habitando num alto e sublime trono, habita também com o contrito de espírito.

Jesus é a luz do mundo. Resplandece, mas não é visto por muitos, pois estes o idealizam como uma "grande celebridade". Jesus é visto por pessoas com o mesmo espírito de João Batista. Aqueles que o identificam no meio dos que buscam o batismo... Aqueles que se satisfazem na sua simplicidade... Aqueles que enxergam um Rei ainda que vestido de servo...Aqueles que marcam com Ele um encontro no próprio quarto, do bairro mais distante, pois sabem que Ele comparecerá.

Ontem aprendi sobre a grandeza da simplicidade de Deus...

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