"A Glória de Deus é um ser humano em plenitude" (Santo Irineu - Séc.II)
Alguns milhares, ou quem sabe, milhões de anos depois, o que vemos são homens e mulheres despedaçados em suas emoções. Persiste uma sensação de que a vida está se passando sem ser vivida. Busca-se a felicidade desesperadamente como o mergulhador das cavernas traiçoeiras, que busca a corda guia que deixou perder, seduzido pelas profundezas oceânicas. O desejo de inteireza clama em cada fragmento da natureza humana que se desconectou do divino. A pena do salmista escreve que "os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos". Vejo, porém, o teólogo grego igualmente inspirado quando enxerga a glória de Deus num ser humano em plenitude, pois isso significa o retorno do homem à Deus.
Uma sociedade que aboliu Deus do seu convívio, à partir de uma modernidade que não se identifica com a fé, só pode produzir cidadãos despedaçados.
"Santo Irineu foi bispo de Lião. Nasceu provavelmente em Esmirna, na Ásia Menor, por volta de 130-135. Viveu em uma época dilacerada por heresias que colocavam em risco a unidade da Igreja na fé. Discípulo de São Policarpo - que havia conhecido pessoalmente o apóstolo São João e outras testemunhas oculares de Jesus, Santo Irineu foi, sem dúvida, o escritor cristão mais importante do século II. Foi o primeiro a procurar fazer uma síntese do pensamento cristão, cuja influência se faz notar até nossos dias. Santo Irineu, cujo nome significa "paz", lutou para a preservação da paz e da unidade da Igreja. Era um homem equilibrado e cheio de ponderação. Escreveu ao papa Vítor, aconselhando-o mui respeitosamente a evitar toda e qualquer precipitação no que dissesse respeito às comunidades cristãs da Ásia."
Equilibrado e cheio de ponderação...
Eis a descrição de uma pessoa que vive em plenitude. É evidente que tal condição não se alcança pelo simples desejar. Há que se tomar O Caminho de volta, que retorna à Deus em franco arrependimento.
"Eu sou o caminho, disse Jesus, a verdade e vida. Ninguém vem ao Pai se não por mim"
Por mais que a natureza tão bela que nos cerca testemunhe a glória de Deus, nada como um ser humano em plenitude para testificar dessa glória, pois é a imagem de Deus retornando ao seu estado original por intermédio do Cristo.
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