Está dificil assistir ou ouvir qualquer programa de conteúdo evangélico seja na televisão ou no rádio. É nítido o esforço por um discurso referenciado pelo IBOPE. O Evangelho que os Apóstolos e pais da igreja pregavam e que dava frutos é algo considerado anacrônico e fora de propósito nos dias de hoje. É de provocar náuseas os conteúdos triunfalistas dos "sermões" que fazem proezas com a exegese bíblica conferindo significados oportunistas ao texto sagrado. Assisti a pouco tempo um vídeo de um "ex pastor" da Universal que reproduzia o episódio da viúva pobre dando sua oferta, suas duas únicas moedas. Ele perguntava ao seu auditório quem deu mais, se a viúva ou os fariseus; O auditório respondia em uníssono:
A viúva!!!
Evidente que foi a viúva. Não obstante ela ter dado apenas duas moedas, ela deu TUDO O QUE TINHA". Eu duvido, dizia o pastor, que você só tem duas moedinhas aí. Qual é o seu tudo hoje? Qual seu saldo bancário? É isso que é o seu tudo e é isso que vc tem que depositar aqui no altar de Deus.
Muitos podem considerar esse exemplo esdrúxulo, mas em maior ou menor grau é exatamente isso que está acontecendo nestas igrejas adeptas da famigerada "teologia da prosperidade".
No Evangelho de Marcos lemos sobre Jesus:
E começou a experimentar pavor e angústia. E lhes disse: Minha alma está triste a ponto de morrer [...] Abba! Pai, tudo te é possível, afasta de mim essa taça! Entretanto não o que eu quero, mas, o que Tu queres!”. Marcos 14: 33b, 34 e 36 .
Quão distante está hoje a realidade de grande parte das igrejas neopentecostais da experiência do Cristo.
O Ev. Luiz Henrique de Almeida e Silva, um dos escritores-colaboradores das Revistas de Escola Dominical da CPAD afirma em sua reflexão:
“O triunfalismo nada mais é que o principal produto da famigerada Teologia da Prosperidade, a qual acrescento o ‘Material’, ficando assim: Teologia da Prosperidade Material (ou TPM dos crentes...). É um tal de não aceito isso, não aceito aquilo outro, doente não posso ficar, miséria não é pra mim e por aí vai... A aceitação, ou melhor, a proclamação da Teologia da Prosperidade foi a institucionalização da arrogância entre os crentes. Por que essa ‘nova revelação’ não surgiu na época da igreja primitiva? Seria muito útil lá, afinal a perseguição era terrível e cruel. Ser cristão naquela época era quase que ser considerado terrorista da Al Qaeda nos dias de hoje. Mas os intentos de Satanás foram frustrados, visto que para cada cristão que morria surgiam dez em seu lugar! Parecia que era fertilizante e não sangue que corria em suas veias. Cada gota de sangue cristão derramado irrigava uma nova safra de crentes mais dispostos que a anterior, para desespero do diabo. Aquilo pra ele era um verdadeiro inferno. Escaldado com essas experiências negativas (ou seria melhor dizer positivas?), ele resolveu mudar de tática: descobriu que melhor que matar um crente fiel era deixá-lo vivo, mas tornando-o infiel. Com isso, o benefício seria duplo: enquanto a morte de um crente fiel produzia piedade em vários outros, a vida de um crente infiel (se é que isso existe!) traz vilipêndio ao nome de Jesus e desmoralização à sua igreja, que é o seu corpo”.
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